No último sábado, presenciei mais um grandioso show do Fundo
de Quintal, com músicas que não se vê em todo show como: Merece Respeito e Lá debaixo da Tamarineira (do novo álbum). Ao final do show, Ubirany (que me surpreendeu
novamente com repicadas que saíam de suas mãos quase imóveis) concedeu uma
entrevista exclusiva ao Meu Samba é Roots. Confira:
Meu Samba é Roots:
Qual é a importância da indicação do Fundo de Quintal para o Grammy latino para
o Fundo de quintal?
Ubirany: Pra nós,
que seguramos a bandeira do samba com o maior prazer, assim como tantos outros
sambistas, é uma realização, porque o importante nem é ganhar. É simplesmente o
fato de ser indicado e estar nessa relação de pessoas homenageadas do mundo
inteiro. Então, pra nós do Grupo Fundo de Quintal, significa mais uma conquista
muito prazerosa e nós estaremos lá tentando representar dignamente o samba
brasileiro.
Meu Samba é Roots: São 50 anos de Cacique de Ramos, como que
você, que faz parte disso, se sente com realização a isso?
Ubirany: Eu sou
um dos fundadores do Cacique de Ramos, um dos fundadores do Grupo Fundo de
Quintal. O Cacique de Ramos 50 anos, o FDQ vai pra 54. Então pra mim tudo é
festa: Cacique de Ramos, enredo da Mangueira, Fundo de Quintal no Grammy Latino.
Enfim, nós estamos em festa, é tudo festa.
Meu Samba é Roots: Como
fã do Fundo de Quintal, eu sempre quis ver um show com músicas que não estão no
repertório com freqüência e as músicas que vocês gostam. Os dois últimos DVDs (O
quintal do samba e Vou Festejar) revelaram um pouco disso?
Ubirany: Os DVDs
tinham, sim, bastante disso. Agora neste nosso último CD, nós já fizemos uma
outra coisa: nós fizemos uma busca das músicas inéditas. Que nós tínhamos parado
de gravar um CD com músicas inéditas, então foi “mó” prazer. Não vou dizer que
foi só de músicas inéditas, porque tiveram três pra representar aquelas coisas
que a gente sempre gostou de cantar. Mas foi legal. Tá ai um repertório muito
bonito, um CD lindão que se Deus quiser vai acontecer.
Meu Samba é Roots: Pra
você, falta alguma coisa no samba hoje? Como que você enxerga o cenário do
samba?
Ubirany: O
cenário do samba é uma coisa muito aberta. Então é cada um fazer o samba do
jeito que gosta, como gosta. Então nós do Grupo Fundo de Quintal é que não
abrimos mão de cantar e fazer o samba do nosso jeito. Agora se tem samba romântico,
um pagode, não sei o que...não tá tudo bem, tá todo mundo cantando o que gosta.
Agora, nós que não abrimos mão de cantar samba do nosso jeito.
Meu Samba é Roots: Cantar
ou compor?
Ubirany: Cantar,
compor, dançar o samba...tudo que explica o samba do nosso jeito.
Meu Samba é Roots: Pra
acabar cadê o Flavinho? (Nesse show o Flavinho Silva esteve ausente)
Ubirany: O
Flavinho não está bem não. Deu um susto na gente.
Meu Samba é Roots: Sério?
Qual foi o problema?
Ubirany: Sim, ainda
no palco. Ainda participou do show e saiu direto pra uma clínica para fazer uma
bateria de exames, estava com uma dor de cabeça incessante e teve que voltar
pro Rio foi transferido e tá lá em tratamento.Mas vai ficar bem, daqui a pouco
se Deus quiser.
Meu Samba é Roots: Com
certeza. Obrigado, Ubirany, melhoras para ele e muito sucesso para o FDQ.
A chama não se apagou
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