Sempre discuto com um amigo o que é e o que não é samba raiz.
Para ele não há diferença entre um samba dolente e um pagode que toca nas FM´s.
Na verdade é bem difícil explicar, pois a diferença é sentida na cadência, nas letras e até no timbre de voz do intérprete e, cá entre nós, quem é do samba percebe o que é um bom samba só pela introdução. Como cantou Dudu Nobre: o samba me arrepia, porque vem da alma e não do coração.
Por via das dúvidas, vou definir alguns critérios para classificar um samba em roots ou não-roots.
- Boa letra, independentemente de ser curta, longa, simples ou mais elaborada. Por exemplo: rimar na mesma estrofe amor e dor, paixão e coração, dentre outras, NÃO DÁ! Até minha avó faz música assim.
- Boa melodia. Tente transformar um samba de Dona Ivone Lara em música instrumental. Pronto. Você acaba de descobrir mais um belo choro. Agora, faça o mesmo com a música mais pedida do momento.
- Bom tema. Falar de amor é fácil, o desafio é falar de maneira diferente.
- Instrumentação. Tomo as palavras de Paulinho da Viola para dizer que a rapaziada está sentindo a falta de um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim.
- Algum sambista consagrado gravaria essa música?
- Você teria coragem de puxar essa músicas num samba de roda?
Essa regra eu utilizo para definir se um samba é roots, coringa, ou... (sei lá o que)
As músicas que alcançam 6 ou 5 desses critérios são autênticos sambas de raiz.
Os que alcançam 3 ou 4 podem ser considerados coringas, aqueles que agradam pais, filhos e têm força comercial.
Abaixo de 2: isso já é assunto para outro blog.
Na sequência um samba que, agora, com certeza você vai saber classificar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário