Afinal, o que é um Samba Roots?



Sempre discuto com um amigo o que é e o que não é samba raiz.
Para ele não há diferença entre um samba dolente e um pagode que toca nas FM´s.
Na verdade é bem difícil explicar, pois a diferença é sentida na cadência, nas letras e até no timbre de voz do intérprete e, cá entre nós, quem é do samba percebe o que é um bom samba só pela introdução. Como cantou Dudu Nobre: o samba me arrepia, porque vem da alma e não do coração.
Por via das dúvidas, vou definir alguns critérios para classificar um samba em roots ou não-roots.
  1. Boa letra, independentemente de ser curta, longa, simples ou mais elaborada. Por exemplo: rimar na mesma estrofe amor e dor, paixão e coração, dentre outras, NÃO DÁ! Até minha avó faz música assim.
  2. Boa melodia. Tente transformar um samba de Dona Ivone Lara em música instrumental. Pronto. Você acaba de descobrir mais um belo choro. Agora, faça o mesmo com a música mais pedida do momento.
  3. Bom tema. Falar de amor é fácil, o desafio é falar de maneira diferente.
  4. Instrumentação. Tomo as palavras de Paulinho da Viola para dizer que a rapaziada está sentindo a falta de um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim.
  5. Algum sambista consagrado gravaria essa música?
  6. Você teria coragem de puxar essa músicas num samba de roda?
Essa regra eu utilizo para definir se um samba é roots, coringa, ou... (sei lá o que)
As músicas que alcançam 6 ou 5 desses critérios são autênticos sambas de raiz.
Os que alcançam 3 ou 4 podem ser considerados coringas, aqueles que agradam pais, filhos e têm força comercial.
Abaixo de 2: isso já é assunto para outro blog.
Na sequência um samba que, agora, com certeza você vai saber classificar.

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